AS CASAS PASSIVAS EMERGEM COMO UMA SOLUÇÃO INOVADORA.
Este conceito, originário da Alemanha nos anos 80, está a ganhar terreno em Portugal, simbolizando uma mudança paradigmática na forma como pensamos a habitação. Bom isolamento térmico, minimização das pontes térmicas, estanqueidade do ar, ventilação mecânica com recuperação de calor e vidros eficientes são os cinco princípios fundamentais – conseguidos através da arquitetura e engenharia – que dão origem a uma casa passiva, capaz de poupar até 90% em gastos energéticos.
As Casas Passivas vão além da simples construção; elas são ecossistemas de eficiência e conforto. Com uma redução de até 75% nas necessidades de aquecimento e arrefecimento comparadas com construções convencionais, elas atingem estas condições através de um design que otimiza a orientação solar, utiliza isolamento térmico e acústico avançado, e incorpora janelas de vidro triplo para maximizar a eficiência energética.
Um dos pilares é a ventilação mecânica com recuperação de calor, um sistema que não apenas economiza, mas também assegura uma qualidade de ar interior superior, essencial para o bem-estar e saúde dos habitantes. Este sistema representa um avanço significativo em relação às técnicas tradicionais de climatização.
Em linha com os princípios de sustentabilidade, a construção destas casas utiliza frequentemente madeira e outros materiais ecológicos, reduzindo não só a pegada de carbono, mas também conferindo às casas uma estética natural e integrada com o ambiente.
Apesar do custo inicial ser cerca de 5% superior em comparação com construções tradicionais, as Casas Passivas compensam financeiramente a médio e longo prazo, graças às economias significativas de energia. Este aspeto, aliado aos benefícios ambientais, torna-as uma escolha inteligente e prospetiva.
No ano de 2022, cerca de 17,5% das famílias portuguesas encontravam-se numa situação de pobreza energética, colocando Portugal como o quarto país na União Europeia com a maior taxa, ultrapassado apenas pela Bulgária, Chipre e Grécia. Este índice representa um agravamento em comparação com o ano de 2021, onde a taxa era de 16,4%.
Embora a resolução deste problema não seja imediata, a médio prazo, medidas estratégicas podem atenuar esta situação. Uma abordagem eficaz passa por assegurar que novas construções e projetos de reabilitação tenham em consideração princípios de eficiência energética e sustentabilidade. A adesão a este conceito em Portugal reflete a crescente preocupação com a eficiência energética e o impacto ambiental na construção civil. Com uma variedade de modelos disponíveis, desde opções modulares a designs mais clássicos, as Casas Passivas estão a abrir caminho para uma nova era de habitação sustentável. Este poderá ser um passo significativo na redução destes indicadores, contribuindo para um futuro mais sustentável e economicamente acessível para todos.
Como arquitetos, engenheiros e construtores, temos a oportunidade de liderar nesta transformação, unindo inovação, sustentabilidade e design para criar não apenas casas, mas futuros sustentáveis.