Sinergias que acrescentam Valor

O êxito da reabilitação desta moradia na Quinta da Marinha foi conseguido graças à sinergia entre a Detailsmind, os arquitetos Luísa Cabral e Luís Ramalho e a fiscalização de obra, a cargo do engenheiro Miguel Barreto. 

Uma obra desafiante transformou uma moradia dos anos 90, com uma estrutura de betão armado que teve que ser adaptada à nova arquitetura e devidamente reforçada, para ter todas as características de uma construção nova e atual, numa casa moderna e tecnicamente evoluída. Segundo Luísa Cabral, o projeto foi “um fato à medida” do cliente, com “todos os pormenores pensados ao detalhe para a criação de um espaço cuidado e sofisticado”.  

Apesar dos condicionalismos, a obra foi concluída dentro do prazo, com a qualidade e o orçamento previstos, graças à competência da fiscalização e à Detailsmind que, mesmo com “o Covid, a guerra na Ucrânia, falta de mão de obra, aumento de preços, conseguiu levar o barco a bom porto”, destaca Miguel Barreto. “Só com boas equipas, espírito de colaboração e empenho” são possíveis tão bons resultados. “E esta moradia na Quinta da Marinha é a prova”, conclui. 

Valorizamos o processo de comunicação em todos os nossos projetos, antes, durante e depois da obra. Nesse sentido, convidámos para uma entrevista os arquitetos Luísa Cabral e Luís Ramalho, e o engenheiro Miguel Barreto. Começamos pelo processo criativo e as premissas desta obra. 

O que nos podem contar sobre a fase inicial? 

[Luísa Cabral] Por se tratar de uma remodelação e não de uma obra nova, houve logo de início alguns condicionalismos, nomeadamente a manutenção da estrutura e forma dos telhados, e ainda a forma do lote e da construção existente. Mas o projeto é isto mesmo! De uma forma ou de outra, a “história” do edifício e o lugar acabam sempre por desencadear o processo criativo. Não podemos deixar de referir o papel ativo do Dono de Obra, quer na fase de projeto quer em obra. 

Falou em condicionalismos. Que dificuldades identificam do processo? 

[LC] Como referimos, tivemos dificuldades no arranque de obra devido à necessidade de adaptar à nova arquitetura e reforçar a estrutura de betão armado pré-existente, o que envolveu trabalhos de reforço metálico e de coordenação de tetos resolvidos com a coordenação de toda a equipa. Também as alterações ao projeto na fase de execução, e durante a obra, para irmos de encontro às expectativas do cliente, quer estéticas quer de orçamento. Estas alterações foram sempre feitas com grande ponderação, nas escolhas dos materiais e equipamentos e das soluções técnicas pormenorização, de modo a não se desvirtuar o padrão de qualidade que se requer neste segmento de construção.  

A equipa que se cria para o projeto é decisiva nesses momentos. Que mais-valias trouxe esta sinergia entre os arquitetos responsáveis pela obra, a Detailsmind e o engenheiro Miguel Barreto?  

[LC] Destacaria principalmente a capacidade técnica de toda a equipa e a primazia pela qualidade de execução dos trabalhos, quer por parte da Detailsmind quer do Eng. Miguel Barreto. Uma palavra especial ao diretor de obra, o Eng. Bruno Correia, pela exigência de bem construir e pelo empenho demonstrado. As relações arquiteto-cliente e arquiteto-construtor também são importantes. Ambas devem ser relações de parceria, de trabalho em equipa, pois essa sintonia reflete-se no sucesso do projeto e por conseguinte na sua execução, e esta obra é prova disso. 

Que fatores tornaram único o projeto de arquitetura desta moradia? 

[LC] Foi “um fato à medida”, no sentido de ter tudo sido pensado ao detalhe, indo ao encontro das nossas ideias e às expetativas do cliente, para criar um espaço cuidado e sofisticado. 

A fiscalização de Obra é por si um conceito que nos remete para rigor e garantia, o que implica um conjunto alargado de responsabilidades. Quais destacaria? 

[Miguel Barreto] Representar da melhor maneira possível o Dono de Obra, muitas vezes não conhecedor da atividade, nem das questões técnicas com ela relacionada, é uma delas. E garantir que todo o processo de construção flua com o mínimo de percalços para o cliente também. A fiscalização deve apoiar cliente, empreiteiro e projetistas, de modo a garantir que o resultado é o esperado, cumprindo-se o projeto, caderno de encargos e os bons procedimentos na construção, com o objetivo final de se concluir a obra dentro do conhecido triângulo da “gestão de projetos”, no prazo, com qualidade e com o orçamento previsto.  

Neste sentido, acredita que o seu sucesso depende muito da fiscalização em obra? 

[MB] Certamente, pois a fiscalização de obra tem que assegurar que os vários intervenientes no processo de construir estão em sintonia, o que nem sempre é fácil. Costumo descrever a fiscalização de uma obra como um árbitro de um jogo de futebol, que conhece as regras do jogo, embora não tenha de saber jogar, ou um maestro de uma orquestra, que, embora possa não saber tocar nenhum instrumento, percebe de música, figuras estas que normalmente devem ser discretas. Se o árbitro ou o maestro não são competentes, mesmo com boas equipas no projeto, o jogo pode ser mau ou a orquestra desafinar. No caso das obras, as equipas ou músicos são os projetistas, empreiteiros, subempreiteiros e o Dono de Obra é o público que paga para ter um bom jogo ou assistir a boa música (risos). 

Quando devemos considerar indispensável a fiscalização de obra? 

[MB] Em obras de alguma dimensão, normalmente acima de 300 a 500 mil euros, é fundamental haver esta entidade, para libertar o Dono de Obra do desgaste que é “fazer obras”. Muitas vezes as pessoas não têm noção de que a fiscalização se paga, com o que os clientes poupam logo na fase de concurso, com a seleção de empresas competitivas, e na fase de obra, evitando muitos erros que podem acontecer. É fundamental haver uma entidade conhecedora da técnica, com capacidade de gerir consensos, para estar entre os clientes e os empreiteiros, que fale a linguagem destes e faça ponte com os projetistas. Idealmente deve ser alguém com experiência do lado do empreiteiro e até do promotor, de modo que compreenda as várias posições, pois acima de tudo são precisos muito bom senso e diplomacia para evitar que as posições se extremem, o que não é difícil nesta atividade. 

E como foi trabalhar com a Detailsmind no projeto desta moradia da Quinta da Marinha? 

[MB] A Detailsmind é uma empresa que, para obras de média dimensão (entre 1M e 3M€), consegue ser competitiva em termos de preço e prazo, com equipas muito profissionais e completas, permitindo o apoio continuado ao cliente e projetistas. Neste caso em concreto, foram trabalhadas em conjunto diversas alternativas, mesmo na fase de concurso, para se conseguir enquadrar o orçamento no valor pretendido pelo cliente. Só com boas equipas, espírito de colaboração e empenho foi possível este bom resultado.  

A Detailsmind trabalha maioritariamente o segmento de luxo. Este é ainda mais exigente em termos de fiscalização?  

[MB] A fiscalização deve ser sempre exigente, quer no segmento de luxo, quer em habitação social, por exemplo. A diferença no segmento de luxo está nos pormenores e soluções técnicas de mais difícil execução, pois habitualmente os clientes e projetistas imaginam soluções diferentes, muitas vezes únicas, o que exige um grande esforço, criatividade e capacidade técnica de todos os intervenientes. 

Que fatores e desafios distinguem este projeto de outros no seu género?  

[MB] Foi um desafio interessante, pois “pegou” numa moradia dos anos 90, com um estilo antiquado, que se transformou numa casa moderna, muito evoluída tecnicamente, graças um projeto bem conseguido dos arquitetos Luísa Cabral e Luís Ramalho. Um dos principais desafios, resolvido com sucesso com o apoio técnico do Eng. Bruno Correia, foi a adaptação e o reforço da estrutura de betão armado, tendo em conta a nova organização da casa e todas as instalações técnicas consideradas, de modo que o resultado fosse uma construção nova e com todas as tecnologias atuais.  Também as várias alterações na fase de concurso e durante a obra foram muito exigentes para a equipa de projeto e para a Detailsmind, pois estas situações dão origem aos sempre desagradáveis trabalhos a mais, que causam muita perturbação no processo, tensão das relações, custos acrescidos e atrasos na obra. 

Do lado da Detailsmind, que fatores foram decisivos para o sucesso da obra?  

[MB] A equipa de obra, que devo salientar aqui: diretor de obra (Bruno Correia), encarregado (José Branco), preparador de obra (Augusto Saraiva), bem como os vários subempreiteiros de qualidade, foram essenciais no sucesso deste projeto. Tendo noção que o projeto não era fácil, e que se atravessou o Covid, guerra na Ucrânia, falta de mão de obra, aumento de preços. A Detailsmind nunca baixou os braços e conseguiu-se “levar o barco a bom porto”.